27 de outubro de 2011

Atualização do Blog

Devido as inumeras atividades que estou desenvolvendo no momento, deixei um pouco de lado minha vida de blogueira, mas por esses dias irei atualizar o blog de Etnologia Indígena. Graças a Deus, consegui finalmente fazer um recorte e definir o tema do meu TCC - DE PERTO, DE LONGE: A CONSTRUÇÃO DO PARENTESCO WASSU-COCAL.

Os índios Wassu vivem na Zona da Mata alagoana na Terra Indígena Wassu-Cocal, única área demarcada e homologada no estado de Alagoas, com uma população de aproximadamente 1560 pessoas (FUNASA, 2003). A história desse grupo, bem como de boa parte dos grupos indígenas no nordeste brasileiro, tem sido marcada desde o século XVI, por eventos que produziram profundas modificações nas formas de ocupação do espaço geográfico, sendo a dispersão da sua população uma das conseqüências mais evidentes. No caso dos Wassu, parte da população expulsa nos últimos 50 anos foi viver em cidades como Maceió, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro onde sobreviveram como trabalhadores braçais. Outra parte resistiu aos invasores cultivando em pequenas faixas de terras em meio a extensas fazendas de cana-de-açúcar. A partir de 1991, concluídos os processos de demarcação e homologação da Terra Indígena, tem início um movimento de “retorno” da população dispersa. Entre os “retornados” há pessoas ou famílias que deixaram seus parentes há anos ou décadas atrás. Há ainda uma parte da população composta por jovens e crianças que nasceu na cidade constituindo uma geração que pela primeira vez experimenta o convívio junto à unidade sócio-espacial aldeã. O que chama a atenção nesse processo de (re) inserção da população é que o parentesco é o elemento principal de reintegração e identificação entre os “de dentro” os “de fora”.

A pesquisa ainda está se iniciando, por essa razão, os resultados ainda são parciais e precisam ser complementados. Contudo, o que podemos notar de forma superficial é que de fato o processo de mobilização é recorrente, mas que hoje é norteado por outros motivos que são distintos da época da demarcação e homologação das terras indígenas, entretanto a grosso modo, percebemos em algumas visitas de campo e falando com alguns Wassu, há de fato uma espécie de avaliação que é regida por alguns critérios (que ainda não desvendamos e que só será possível a partir da pesquisa de campo mais aprofundada) para aquele índio que saiu e retornou da aldeia ser novamente (re) identificado e (re) incorporado a mesma. Cujo, o foco da nossa pesquisa é de fato desvendar, que critérios avaliativos são esses e de que forma são realizados.

É por esse motivo que tenho deixado um pouco essa minha vida de internauta de lado e, focalizado no meu trabalho e pesquisa. Mas breve, tratei detalhes... Toçam por mim!

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